LOCAIS DAS PROVAS DOS PROFESSORES TEMPORÁRIOS (OFA) SP

Os locais de provas de Professores Temporários (OFA), estará no disponível no site: http://www.vunesp.com.br/concursos/

a) a partir de 07/12 para as provas do dia 13/12;

b) a partir de 14/12 para as provas do dia 20/12.

Tudo muito em cima da hora, para variar.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

PERFIL DESEJADO PARA O PROFESSOR DE GEOGRAFIA

O espaço geográfico é formado pela articulação entre objetos técnicos e informacionais, fluxos de matéria e informação e objetos naturais. Assim ele não é meramente um substrato sobre o qual as dinâmicas sociais se desenrolam: é uma dimensão viva dessas dinâmicas. O ensino de geografia destina-se a formar cidadãos capacitados a decifrar a sociedade, por meio de sua dimensão espacial. No mundo contemporâneo, marcado pela aceleração dos fluxos e pelo elevado conteúdo de ciência e tecnologia nos processos produtivos, a trama que constitui o espaço se articula numa totalidade mundial. Mas o mundo se expressa desigualmente nos territórios nacionais, nas regiões e nos lugares. Esse jogo escalar é uma ferramenta indispensável para o ensino de geografia, pois as escalas geográficas estão sempre interrelacionadas: é preciso, por exemplo, considerar o mundo, a região e o território nacional na análise dos fenômenos que ocorrem no lugar. O processo de urbanização, por exemplo, quando analisado na escala global, revela-se descompassado: no século XIX, com a emergência do sistema técnico, o mundo conheceu a primeira grande onda de urbanização, praticamente circunscrita aos países em processo de industrialização; a partir de meados do século XX, o ritmo da urbanização se acelera nos países mais pobres, impulsionado sobretudo pela falência das estruturas rurais tradicionais. O mesmo processo pode ser analisado na escala dos territórios nacionais, revelando as disparidades regionais internas e a lógica das redes urbanas. No espaço intra-urbano, por sua vez, a trama de objetos técnicos e naturais revela-se sempre única e particular, ainda que conectada ao espaço global. A preocupação com esse jogo escalar orientou tanto a elaboração do corpo de competências e habilidades quanto a seleção da bibliografia. A prova volta-se para avaliar o domínio sobre o conteúdo curricular, que abrange tanto as competências e habilidades quanto o corpo de conceitos que perpassam os conteúdos programáticos. Por isso mesmo, o arcabouço conceitual da geografia deve estar incorporado na prova, pois ele é o ponto de partida para uma reflexão organizada sobre a dimensão espacial da sociedade. Diversas obras presentes na bibliografia dedicam-se a esse tema. Mas esses conceitos só adquirem relevância se forem mobilizados para desvendar a dimensão espacial dos arranjos econômicos, das estratégias políticas e das identidades culturais.

A prova aferirá se os professores são capazes de operacionalizar os conceitos para decifrar a lógica das políticas públicas territoriais, dos movimentos sociais, da localização espacial das empresas, do agronegócio e do ambientalismo, além de outras tantas que integram o temário da geografia. Mais do que isso, os conceitos devem ser usados pelo professor para ensinar os alunos que essas lógicas muitas vezes se enfrentam: o fazendeiro que quer produzir mais e o ambientalista que luta por uma legislação mais rigorosa são portadores de visões de mundo diferentes. O professor deve ensinar os alunos a se posicionarem de forma autônoma frente a essas diferenças. Como afirmou o mestre Milton Santos, o território pode ser visto como recurso ou como abrigo. Cabe ao professor de geografia reconhecer e saber fazer reconhecer a diferença entre um e outro.

O PROFESSOR DE GEOGRAFIA DEVE APRESENTAR O SEGUINTE PERFIL:

1. Reconhecer e dominar conceitos e diferentes procedimentos metodológicos com vistas a desenvolver a análise e a formulação de hipóteses explicativas acerca da produção do espaço geográfico e da articulação de diferentes escalas geográficas.

2. Reconhecer o caráter provisório das ciências diante da realidade em permanente transformação, considerando a importância das concepções teóricas e metodológicas da Geografia para o desenvolvimento do conhecimento humano.

3. Demonstrar o domínio do conhecimento de ciências afins da Geografia que contribuam para ampliar a capacidade de interpretação, argumentação e expressão da realidade geográfica, numa perspectiva interdisciplinar.

4. Compreender os fundamentos e as relações espaçotemporais pretéritas e atuais do planeta com vistas a identificar, reconhecer, caracterizar, interpretar, prognosticar fatos e eventos relativos ao sistema terrestre e suas interações com as sociedades na produção do espaço geográfico em diferentes escalas.

5. Compreender a importância e as diferentes formas de aplicação de inovações teóricas, metodológicas e tecnológicas para o avanço da pesquisa e do ensino em Geografia, considerando a aprendizagem da linguagem cartográfica.

6. Reconhecer o papel das sociedades nas transformações do espaço geográfico, decorrentes das inúmeras relações entre sociedade e natureza, articulando procedimentos empíricos aos referenciais teóricos da análise geográfica com vistas a elaborar propostas de intervenção solidária em processos sócioambientais.

7. Compreender as formas de organização econômica, política , social do espaço mundial e brasileiro, resultantes da revolução tecnocientífica e informacional expressa pela aceleração e intensificação dos fluxos da produção, do consumo e da circulação de pessoas, informações e ideias.

8. Aproveitar as situações de aprendizagem disponíveis no material didático ampliando-as por intermédio de novos contextos, recursos didáticos e paradidáticos, considerando a realidade local, de modo a ampliar o repertório de leitura de mundo dos alunos.

9. Aplicar diferentes formas de avaliação do ensino-aprendizagem, considerando-as como parte primordial do processo de aquisição do conhecimento, reconhecendo o seu caráter processual e sua relevância na aprendizagem.

10. Compreender a importância curricular de aprendizagens relativas aos processos histórico-geográficos relativos à formação cultural, política e sócio-econômica da América e da África, considerando sua relevância e influência na formação da identidade brasileira e latino americana.

HABILIDADES DO PROFESSOR DE GEOGRAFIA
Com base nas Competências Gerais espera-se que os professores estejam aptos a:

1. Observar, descrever e analisar o uso e apropriação do território brasileiro, considerando a formação sócio-espacial e as transformações da divisão territorial do trabalho.

2. Comparar os contextos geográficos e a produção do lugar social, no espaço e no tempo, a partir da análise da formação do Estado Nação em diferentes regiões, das fronteiras internacionais e da ordem mundial.

3. Ler e interpretar a dinâmica da paisagem, identificando interações entre elementos dos sistemas naturais e padrões e tendências das mudanças locais e globais.

4. Ler, interpretar e representar formas, estruturas e processos espaciais, demonstrando o domínio de linguagens numéricodigitais, gráficas e cartográficas.

5. Reconhecer, aplicar e estabelecer relações entre conhecimentos geográficos na interpretação de textos jornalísticos, documentos históricos, obras literárias e outras manifestações artísticas, como pinturas, esculturas, músicas, danças e projetos arquitetônicos.

6. Utilizar os diversos produtos e técnicas cartográficas, para localizar-se no espaço, visualizar informações, de modo a identificar razões e intenções presentes nos fenômenos sociais e naturais, com vistas a explicar e compreender as diferentes formas de intervenção no território e as lógicas geográficas desses fenômenos.

7. Identificar problemas e propor soluções decorrentes do uso e da ocupação do solo no campo e na cidade, considerando as políticas de gestão e de planejamento urbano, regional e ambiental.

8. Realizar escolhas mais adequadas de técnicas e procedimentos de análise da dinâmica ambiental, de estudos populacionais e da produção econômica do espaço geográfico.

9. Situar o Brasil na geopolítica mundial, considerando a globalização e sua inserção na América Latina e nos blocos econômicos internacionais.

10. Reconhecer as distintas abordagens de análise do espaço agrário no Brasil e no mundo, confrontando diferentes pontos de vista.

11. Comparar padrões espaciais gerados pela produção agropecuária e pelas cadeias produtivas industriais e pelas novas formas de gestão no campo.

12. Compreender as transformações do mundo do trabalho a partir das inovações tecnológicas e das interações entre diferentes lugares na economia flexível.

13. Interpretar dados e indicadores de diferentes formas de desigualdade social organizados em tabelas ou expressos em gráficos e cartogramas.

14. Fazer prognósticos a respeito da crise ambiental, estabelecendo relações de causa e efeito da intervenção humana nos ciclos naturais, fluxos de energia e no manejo de recursos naturais.

15. Discriminar as relações assimétricas de poder entre os organismos internacionais (Banco Mundial, FMI, diferentes organismos da ONU), os estados nações, as corporações transnacionais e as organizações não-governamentais.

16. Comparar propostas de regionalização do espaço mundial a partir de parâmetros econômicos, políticos e étnicoreligiosos.

17. Avaliar a situação de diferentes países e regiões da África e da América, considerando as transformações econômicas recentes e a inserção desigual e diferenciada no mercado mundial.

18. Explicar os processos geológicos e geofísicos e suas interações com a evolução da vida e a organização dos domínios morfoclimáticos.

19. Analisar o processo de urbanização mundial, com destaque para a metropolização, explicando a importância das cidades globais nos circuitos da economia-mundo.

20. Discutir a dinâmica demográfica, avaliando as políticas migratórias e a situação dos refugiados internacionais.

BIBLIOGRAFIA PARA GEOGRAFIA
1. AB’SABER, Aziz. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê, 2007.

2. CASTELLS, Manuel. A Galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

3. CASTROGIOVANNI, A. Carlos;, Helena C.; KAERCHER, Nestor André. Ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano. Porto Alegre: Mediação, 2001.

4. DURAND, Marie-Françoise (et. alli), Atlas da Mundialização: compreender o espaço mundial contemporâneo; tradução de Carlos Roberto Sanchez Milani. Saraiva: SP, 2009.

5. ELIAS, Denise. Globalização e Agricultura. São Paulo: Edusp, 2003.

6. GUERRA, José Teixeira; COELHO Maria Célia Nunes. Unidades de Conservação: abordagens e características geográficas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009.

7. HAESBAERT, Rogério; PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. A nova des-ordem mundial. São Paulo: Unesp, 2006.

8. HUERTAS, Daniel Monteiro. Da fachada atlântica à imensidão amazônica: fronteira agrícola e integração territorial. Fapesp/Annablume/Banco da Amazônia: São Paulo, 2009

9. MAGNOLI, Demétrio. Relações Internacionais: teoria e história. SP:Saraiva, 2004.

10. MARTINELLI, Marcelo. Mapas da Geografia e da Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2003.

11. SALGADO-LABOURIAU, Maria Léa. História ecológica da Terra. São Paulo: Edgard Blücher, 1996.

12. SANTOS, Milton. Por uma outra Globalização. Rio de Janeiro: Record, 2004.

13. SOUZA, Marcelo Lopes. O ABC do Desenvolvimento Urbano. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.

14. THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida. Atlas do Brasil. Disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: EDUSP, 2008

15. TOLEDO, Maria Cristina Motta de; FAIRCHILD, Thomas Rich; TEIXEIRA, Wilson. Decifrando a Terra. São Paulo: Ibep, 2009.

DOCUMENTOS PARA GEOGRAFIA
1. BRASIL, Ministério da Educação. ENCCEJA. História e geografia, ciências humanas e suas tecnologias: livro do professor – ensino fundamental e médio/Coordenação Zuleika de Felice Murrie. Brasília: MEC/INEP, 2002.

2. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio – Ciências Humanas e suas Tecnologias – Geografia. Brasília, MEC/SEB, 2006.

3. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Parâmetros Curriculares Nacionais – Geografia. Brasília, MEC/SEB, 1998.

4. SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Proposta Curricular do Estado de São Paulo para o ensino de Geografia para o Ensino Fundamental Ciclo II e Ensino Médio. São Paulo: SE, 2008. Disponível em: http://www.rededosaber.sp.gov.br/portais/Portals/18/arquivos/Prop_GEO_COMP_red_md_20_03.pdf

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